O que realmente importa...

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São Paulo, Brazil
Cheguei ao final do ano de 2009 totalmente estressada e esgotada devido as preocupações do dia-a-dia, com trabalho, estudo, e etc. Na verdade, eu não tinha nenhum problema específico. Apenas, era pessoa ansiosa e preocupada demais com o dia de amanhã. Mas como está na palavra de Deus: "...basta a cada dia o seu mal". Eu precisei passar por um sofrimento muito grande, pra enxergar que na verdade, as minhas preocupações, as minhas ansiedades não mereciam as noites de sono mal dormidas, a depressão que estava querendo tomar conta de mim! Sem querer negligenciar todo resto, eu aprendi que nada nesta vida tem realmente importância, a não ser, a vida daqueles que amamos...estes sim, são o que realmente têm importância em nossa vida... Eu tenho uma filha e um marido maravilhosos, que eu Amo, e que são bençãos que Deus me deu! Eu tenho familiares maravilhosos que eu Amo muito... E tenho amigos maravilhosos que amo muito também...Enfim, tanto pra agradecer ao Senhor! Mas só depois que eu perdi a minha amada sobrinha Júlia, foi que tive a real dimensão da importância de todos eles em minha vida! Todos eles são o que realmente importa pra mim! Todo o restante é secundário...07/2010

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quarta-feira, 23 de abril de 2014

Em meio as pedras...

Outro dia à caminho do trabalho, ao atravessar a avenida, deparei-me com uma imagem que me chamou a atenção: em meio ao chão de paralelepípedos, uma florzinha minúscula teimou em brotar! Naquele solo árido e infecundo, aquela minúscula flor conseguiu forças pra desabrochar!
Aquilo me chamou a atenção e registrei a imagem com o meu celular. Em minha mente, fiz várias analogias de imediato. Como aquela florzinha, em uma época de minha vida encontrei-me em solo árido...
E tive que fazer uma escolha: ou eu me dobrava diante as circunstâncias e permanecia no “chão” com minhas dores, minhas angústias, meu cansaço e desânimo.  Ou, com todas as minhas forças me levantava e seguia em frente! Com a ajuda de Deus, eu escolhi a segunda opção!
É curioso, mas no mesmo dia em que vi aquela cena, fiz um curso em meu trabalho sobre o tema “resiliência”.
Resiliência é a capacidade que as pessoas têm de se “levantar”, de resistir em meio às dificuldades, perdas ou tragédias da vida. As pessoas foram comparadas ao bambu, que diante do vento e das tempestades, enverga, mas não quebra. E depois volta ao normal, com toda a sua força!
Assim como o bambu, ou como aquela florzinha, somos nós!
Na vida, muitas vezes nos deparamos com provações, dificuldades, sofrimentos, mas cabe a nós: nos prostrarmos, ou resistir e levantar em meio às quedas!
Em minha vida, tenho um exemplo que é muito forte pra mim: minha irmã Ricardina, mãe da minha amada sobrinha Juju. Ela teria todos os motivos pra ter se entregado à tristeza, ou desistido da vida -  após a partida tão trágica da Juju. Mas não! Ela escolheu seguir em frente, vivendo um dia de cada vez. Começando coisas novas e realizando-as em memória da Juju. É claro que ainda sofre, ainda chora sua perda tão grande e irreparável. Mas escolheu viver, e seguir em frente. Escolheu desabrochar em meio às pedras...
E essa imagem tão simples e tão linda ao mesmo tempo, eu dedico a ela, e a todas as pessoas que enfrentam dores e dificuldades!
Lembrem-se sempre: Deus nos fortalece a cada dia, para não permanecermos prostrados, no “chão”!  Mas, nos capacita, para que possamos extrair forças de onde nem imaginamos.              
      Para “desabrocharmos” firmes, com todas as nossas forças, em meio às pedras!!
*Este post eu dedico a você Rica, com todo o meu amor... 

domingo, 13 de abril de 2014

Antigamente...

Nossa! Pensando bem, tenho muita coisa pra contar!
Antigamente, bem antigamente... Quando eu era criança, as coisas eram bem diferentes...
Tudo era mais simples: sem neuras, estresse ou complicações...
Na escola ninguém se traumatizava por sofrer bulling. A bem da verdade, nem se ouvia falar disso!  E se alguém era perseguido ou assediado (como se diz hoje em dia) pelos colegas  ou amigos, o negócio era se virar; porque os pais não tiravam satisfação com as professoras ou com os outros pais, por qualquer motivo!
Eu era arteira, estava sempre aprontando! Apanhei muito de cinta do meu pai! Até acho engraçado, quando me lembro de que eu corria léguas quando ele vinha com a cinta atrás de mim... Geralmente eu escapava das cintadas, noutras ficava com as pernas cheias de vergões...
Hoje ninguém leva umas palmadas. Mas o que se vê por aí, é que as novas gerações estão ficando cada vez mais sem limites e sem respeito pelos demais...
Tudo era diferente...
O feijão, o arroz, e outras coisas eram vendidos num armazém e tudo era pesado a granel.
Como lembrou minha irmã, os pães eram as bengalas que ficavam em cestos, e embrulhados só no meio, em papel cor de rosa. Às vezes, a gente os trazia debaixo do braço, e eles chegavam todo amassados! 
Comemorávamos os aniversários na rua, com a turminha: jogando ovos, farinha e até goiaba no aniversariante, e depois em todo mundo também! Era uma bagunça, aquela festa! 
Depois era um custo tirar toda aquela sujeira do cabelo! E o cheiro do ovo?  Eu não sei por que comemorávamos assim, mas era assim que a gente fazia...  Tinham também as festinhas com bolo Pullman e sorvete. Tudo muito simples...
Lembro que naquela época comíamos ovo quente com sal, de colher, só quebrando a pontinha.
A maionese era feita em casa - eu ficava fascinada ao ver o óleo e o ovo batidos virarem aquele creme. Hoje existe a salmonela e ninguém mais come ovo quente ou maionese feita em casa! Será que antigamente não existia salmonela??
Esperávamos ansiosos, o padeiro, seu Otávio, com seus deliciosos pães doces recheados com creme... Tinha também o bolacheiro.  Hoje não tem padeiro e nem bolacheiro passando na rua...
Ah! Tinha também o bucheiro: ele vendia bucho, miolo, fígado e língua de boi, e até rim! Antigamente comíamos de tudo! 
Eu me lembro de que às vezes chegava à casa de algum conhecido, e estavam cozinhando rim. Era um cheiro horrível. Isso eu nunca comi!
Mas miolo, já comi sim! Quando eu era criança, eu e minha irmã mais nova, a Lurdinha, ajudávamos minha mãe a limpar os miolos de boi, que depois ela temperava, empanava e fritava. Comíamos e adorávamos! Eu gostava muito também, da língua ensopada que a minha avó Adelaide fazia...
Hoje quando penso em todas estas comidas "exóticas" , meu estômago revira... De nojo!  Argh! Não tenho mais coragem de comer essas coisas! 
Gostava também das sardinhas fritas que a minha vó Elisa fazia, e guardava na estufa. Hoje os fogões não têm mais estufas!
E os guarda-pães? Aqueles que tinham uma portinha que subia ao abrir. Hoje são relíquias ou viraram peças cult. Minha amiga Sofia faz coleção deles! Na época, eu me lembro de que ela guardava o seu chiclete mascado para mascar no outro dia... Coisas de criança! 
Não tínhamos toda a tecnologia e os brinquedos sofisticados que há hoje em dia. Tínhamos que usar nossa criatividade nas brincadeiras.
Brincávamos de pega-pega, esconde-esconde, stop, alerta, queimada, passa-passa cavaleiro, mamãe da rua, "quando eu era mocinha", estátua, e muito mais! De casinha: eu me lembro que fazia sopa com terra, água e folhas para as minhas bonecas. Fazia bichinhos de batata e palito. 
Ah! E brincava com "tatus bolinha" que encontrava no jardim. Pra quem não conhece - porque acho que eles entraram em extinção - são aqueles bichinhos que quando tocados, viram uma bolinha!
Brincávamos na rua até tarde. Tínhamos a nossa turminha. Não havia perigo como hoje em dia.
Antigamente... Todo mundo tinha piolho! E quando pegávamos, nossas mães tratavam-nos com Neocide, aquele pó que vinha numa latinha redonda. Eu me lembro de que borrifavam aquele pó em nossas cabeças e amarravam um lenço. Ficávamos esperando por meia hora. E depois eram só piolhos e lêndeas mortos quando os pentes finos eram passados.
Não sei como é que nós sobrevivemos a esse tratamento, e não morremos juntos com os piolhos!!  Só por Deus!
E as cadeirinhas pra crianças, cinto de segurança e tudo mais que existe hoje em dia? Nada disso existia naquela época. Todo mundo ia solto no banco de trás. A maioria dormindo tranquilamente...
As famílias grandes se espremiam dentro dos carros. Não existia limite de passageiros. O engraçado é que maioria sobreviveu a todas essas coisas...
Eu penso que tudo era mais simples e que todo mundo era mais inocente: principalmente as crianças e os adolescentes...
         Tem até aquele ditado: "do tempo em que se amarrava cachorro com linguiça...".☺ 
Poderia  se dizer que éramos meio bobinhos, se comparados às crianças de hoje. Mas creio que também, éramos mais felizes! Havia mais inocência, ingenuidade e confiabilidade na época... 
Sei que muita gente, assim como eu, tem saudade daquele tempo... Porque já li muita coisa parecida com o que estou escrevendo agora.
E é por isso que quando me lembro de todas essas coisas, de tudo que vivi, sempre me vem à cabeça aqueles versos de Casemiro de Abreu: "Oh! que saudades que tenho, da aurora da minha vida, da minha infância querida, que os anos não trazem mais!".
             Foram bons tempos aqueles!! Pra mim, e com certeza pra muita gente - que viveu, assim como eu, os tempos de antigamente...

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Um amor e uma carriola... ♥

Imagem extraída do Google
Nestes meus quarenta e nove anos de vida, eu já vi de tudo! Já fiquei sabendo de cada história do "arco da velha"!J
Mas há um tempo atrás tomei conhecimento de uma história que  me deixou intrigada.
No ônibus em que volto do trabalho no final da tarde, corre a conversa que um senhor que faz o sentido inverso - vem nele todos os dias, da cidade vizinha para o destino em que o espero - quando chega ao seu ponto de destino, a mulher o espera às vezes com uma carriola de pedreiro.
Dizem que todo dia ele sai do trabalho e passa no bar pra tomar umas e outras. E no dia em que não está lá muito bem, liga para a esposa para que ela o espere com a carriola (para carregá-lo até em casa).J
A história é meio surreal, parece mais uma "lenda urbana”!
Só que a partir do dia em que a ouvi, comecei a prestar a atenção.
De fato a mulher o espera todo dia numa estradinha de terra que o ônibus para em frente. A mesma é magrinha, franzina, e já aparenta certa idade. Não vi a carriola ainda.
Mas todos dizem que a história é verdadeira! Dois cobradores e vários passageiros  a confirmaram. E ontem um cliente que trabalha lá perto, também confirmou a história. E acrescentou que ela o leva ao ponto de manhãzinha, quando ele sai para trabalhar.
Então fico a imaginar a cena: aquela senhorinha tão frágil, carregando o marido bêbado numa carriola, até chegar em casa... E penso: que espécie de amor é esse? 
Seria esse o amor incondicional? O amor abnegado? 
Ou seria um "amor bandido"?
Confesso que se fosse comigo, e meu marido chegasse em casa nesse estado, eu não seria tão benevolente assim! Deus que me perdoe! Mas acho que seria mais fácil eu jogá-lo da carriola barranco abaixo!J
O mais engraçado, ou talvez curioso, é que eles parecem unidos e felizes. E a esposa o espera todo santo dia no mesmo lugar!
Pensando mais a fundo, quem sou eu para julgá-los?!
Em tempos de amores descartáveis, em que os casais se separam por qualquer bobagem, é de se admirar um amor tão fiel e abnegado assim.
E como dizia Blaise Pascal, em sua sabedoria: "O coração tem razões, que a própria razão desconhece".
Então, que eles sejam felizes... Com seu amor e a carriola! J