O que realmente importa...

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São Paulo, Brazil
Cheguei ao final do ano de 2009 totalmente estressada e esgotada devido as preocupações do dia-a-dia, com trabalho, estudo, e etc. Na verdade, eu não tinha nenhum problema específico. Apenas, era pessoa ansiosa e preocupada demais com o dia de amanhã. Mas como está na palavra de Deus: "...basta a cada dia o seu mal". Eu precisei passar por um sofrimento muito grande, pra enxergar que na verdade, as minhas preocupações, as minhas ansiedades não mereciam as noites de sono mal dormidas, a depressão que estava querendo tomar conta de mim! Sem querer negligenciar todo resto, eu aprendi que nada nesta vida tem realmente importância, a não ser, a vida daqueles que amamos...estes sim, são o que realmente têm importância em nossa vida... Eu tenho uma filha e um marido maravilhosos, que eu Amo, e que são bençãos que Deus me deu! Eu tenho familiares maravilhosos que eu Amo muito... E tenho amigos maravilhosos que amo muito também...Enfim, tanto pra agradecer ao Senhor! Mas só depois que eu perdi a minha amada sobrinha Júlia, foi que tive a real dimensão da importância de todos eles em minha vida! Todos eles são o que realmente importa pra mim! Todo o restante é secundário...07/2010

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sábado, 23 de outubro de 2010

O que eu diria à Juju neste dia...

Júlia e minha irmã
Hoje, dia 23 de outubro, a minha amada sobrinha Júlia faria 08 anos...

Como foi breve a sua existência!...
Isto me leva a refletir: qual o valor da nossa existência?
Como seu valor pode ser mensurado?
Pelo tempo que vivemos? Pelo modo como agimos e tratamos as outras pessoas?
Pelo modo como encaramos as coisas de Deus?
Quando penso nela, sem querer, vem sempre a mesma pergunta à minha cabeça: por quê foi acontecer tudo isso? Por quê ela teve que sofrer tanto?! São perguntas que talvez eu já saiba a resposta...
Ela esteve aqui entre nós, por este breve período, porque foi da vontade de Deus. Pois Ele é soberano sobre a vida e a morte.
Quanto ao seu sofrimento, talvez Deus tenha permitido, para nos ensinar algumas verdades...
Para que possamos dar mais valor à muitas coisas que temos, e que nos passam despercebidas. Eu creio que durante todo o tempo em que ela sofreu, o Senhor a estava confortando de alguma maneira...
Nos cinco meses de luta e sofrimento da minha sobrinha Júlia, eu sofri muito, mas também aprendi muita coisa!!
O meu modo de encarar a vida, e os meus valores foram totalmente redimensionados.
Aprendi, que não devo reclamar, me preocupar ou me deprimir por bobagens e coisas pequenas.
Pois ela, uma menina linda, sensível, inteligente e saudável até então, em apenas 10 dias após a descoberta de sua doença: perdeu a fala, a deglutição, os movimentos e seus lindos cabelinhos loiros...coisas básicas, que nem percebemos como são bençãos em nossas vidas...
Às vezes, nós reclamamos da comida que temos: ela, de uma hora pra outra, já não podia mais comer... só se alimentava por sonda.
Tinha vontade de comer um simples purê de batatas e não conseguia engolir...
Tinha sede, e não podia beber um simples copo d’água...Como é doloroso ver uma criança sofrer assim!
Ela queria falar, mas só conseguia se comunicar com a única mãozinha que ainda tinha algum movimento. Ela se expressava com os sinais de “jóia” ou “negativo”.
Depois, através de um alfabeto que minha irmã comprou - e com um dos únicos dedinhos que ainda se movimentavam, ela soletrava as palavras, em seus apenas 07 aninhos de vida...
Às vezes, temos preguiça de levantar aos domingos para ir à igreja louvar e agradecer a Deus.
Ela chorava, pedindo com gestos, pra ir à igreja e à escola dominical! Mas não podia sair, pois não tinha mais imunidade para ficar junto à multidões...
No período, em que teve uma breve melhora, como ela foi valente!
Ela se esforçava para conseguir voltar a falar!
Eu fiquei tão feliz, num dia que ela conseguiu balbuciar o meu nome novamente, me chamando de “Tia Dê”- aquilo soou como música para os meus ouvidos...
Quando os seus movimentos começaram a voltar, ela foi mais valente e esforçada ainda. Um dia, ela fez uma surpresa pra mim: pediu para o meu cunhado à levar para a cama, e quando estava deitada, eu a vi, em um de seus maiores esforços, segurando na grade da cama, se levantando toda sorridente – com um sorriso lindo, para me mostrar que podia sentar sozinha novamente...
Essa, foi uma das cenas mais lindas que eu vi! E que nunca me sairá da memória...
Isso tudo que estou relatando aqui, eu sei que é muito triste.
Mas é apenas uma pequenina parte, de todo o sofrimento que eu pude testemunhar!
Assim como a Juju, existem inúmeras crianças sofrendo da mesma maneira.
E nós, em nosso egocentrismo e egoísmo, continuamos a reclamar, sem que na verdade, tenhamos algo realmente plausível para sofrermos.
Qual o valor e a importância de uma existência??
Se hoje, eu pudesse falar mais uma vez com a Juju, eu diria à ela:
- Que a sua existência teve muito valor! ! Que foi breve, mas completa!
- Que o seu sofrimento não foi em vão: a Tia Dê, e muitas outras pessoas, aprenderam muito...!!!
- Que têm pessoas que passam por esta vida por longos anos, e não deixam nada. São existências vazias ...Você Juju, nos deixou tanto!
- Hoje neste dia, sinto muitas saudades... Mas eu sei que você está bem, que já não está mais sofrendo e que está na glória com Jesus!
Como li certa vez: “...saudade é o Amor que fica”.
E hoje Juju, eu sou só Amor por você!
Fica com Deus, minha linda! Riqueza da Tia...
Com Amor...Tia Dê.